Inês
E
de quem poderia ser mais?
Eliane
Mas
você queria o que, que ela continuasse te acolhendo? Você não
respeitava mais ninguém!
Inês
Vai
começar a ladainha é?
Eliane
Mas
é verdade cara! Você estava roubando o dinheiro dos seus pais para
comprar droga!
Todos
tentavam te ajudar e você achava que eles eram os seus inimigos! O
teu pai tentou botar
você
numa clínica particular para dependente químico, e você
simplesmente fugiu de lá!
Inês
Eu
vou te contar um segredo, meu pai foi morto por um cara que transava
comigo.
Eliane
Que
é isso cara!
Inês
Ele
ficou puto
por
meu pai ter me internado naquela clínica, e então foi lá no táxi
dele, roubou ele
e depois matou. Mas também não sobreviveu por muito tempo –
semana passada, foi morto
por
policial quando tentava roubar uma mansão na Barra da Tijuca!
Eliane
Isso
só vem a comprovar que o crime não compensa!
Inês
Você
me fez lembrar uma frase de um caminhão de estrada:
“Não
existe crime perfeito porque o crime é imperfeito!”
Narrador
A
atenção das duas nesse instante se volta para um senhor que se
ajoelhava junto de um túmulo e
que chorava baixinho.
Zebulom
Me
perdoe filho... Eu fui um idiota!
Narrador
Senhor
Zebulom, após remover a terra, perto da cruz, deposita um envelope e
em seguida se retira
de cabeça baixa; não percebendo que estava sendo observado.
Eliane
Não
é o senhor Zebulom, que perdeu o filho?
Inês
Dizem
que ele ficou meio perturbado depois que o Jônatas se enforcou! Vai
lá, vê o que ele enterrou!
Narrador
Eliane
a princípio, recusou o pedido de Inês, más diante de sua
insistência, resolveu desenterrar o
envelope.
Eliane
É
só uma carta!
Inês
Porra!
Pensei que fosse algum dinheiro... Me
dá aqui,
vamos ver o que está escrito! Chi, é a carta
do filho dele...
Jônatas
Papai,
Quando
você tomar conhecimento dessa carta, eu já não estarei mais vivo.
Sei
que você não entenderia se eu simplesmente me enforcasse, porque
você sempre me elogiou,
dizendo que sentia um grande orgulho de mim. Que graças a Deus,
sabia que
tinha
um filho macho. (610)
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