quarta-feira, 16 de maio de 2012

Mensagem número 136 do Arcanjo


Personagens do livro Histórias de Barth Júnior, etc (página 945) – 16 / 05 / 2012
Narrador
Noêmia sorriu um tanto sem graça!
Carlota
Há!Ha!Ha! Todas essas mentiras, incluindo algumas histórias infantis, são os verdadeiros escândalos para toda a criança... Incluindo a chupeta, não é? O bebê já é enganado pelo adulto, pois chupeta não é seio da mãe!
Noêmia
A gente é ensinada que não se deve mentir, mas...
Carlota
Mas, ninguém consegue deixar de mentir, por ser isso impossível! Toda pessoa que diz que nunca mentiu, já está mentindo. Todos nós mentimos: por medo, por insegurança, por brincadeira, por vaidade, por ignorância, para preservar a vida, para não ser prejudicado, para evitar um mal para si ou outrem, para conseguir algo, para não magoar o outro, para não chocar a sociedade, para não ser assaltada... Teve uma vez que eu estava com todo o meu pagamento e chegou um cara armado pra cima de mim, dizendo que era um assalto...
Noêmia
Nossa, você não me contou nada disso!
Carlota
Então, eu, muito da esperta, já havia enfiado a grana nas minhas botas...
Noêmia
Que esperta, hem!
Carlota
E, depois fiz uma cara de coitada, dizendo que era professora pública, e que o meu salário estava atrasado e que só estava com alguns trocados na bolsa!
Noêmia
E, o assaltante, o que fez?
Carlota
Ele ficou me olhando, e depois não quis nem saber da minha bolsa, se mandou!
Noêmia
Há!Ha!Ha! Então, o negócio é dizer que é professora pública, não é?
Carlota
O negócio, não é proibir que a criança minta, e sim que evite a mentira. Somente se deve mentir, por uma causa nobre, ou para se evitar algo grave ou constrangedor!
Noêmia
Já pensou, você dizendo a verdade para o assaltante: Ô seu assaltante, eu estou com todo o dinheiro do pagamento aqui, escondido nas minhas botas. Por favor, não me roube!
Carlota
Conta-se que nos tempos do Imperador romano Vespasiano e de Tito, existiu um religioso essênio que seguia rigorosamente as leis do Pentateuco, e que portanto não podia mentir. Um dia, apareceram vários assassinos na casa do seu patrão com intuito de matá-lo e roubar o seu dinheiro. E como, os escravos disseram que o patrão não se encontrava, e não tinha dinheiro. O essênio, que seguia a determinação de não mentir, foi logo dizendo que o patrão se encontrava escondido e que possuía muito dinheiro.
Noêmia
Mas que idiota!?
Carlota
O homem foi assassinado, roubaram todo o seu dinheiro; e os escravos o acusaram de traidor. Então, esse religioso foi enforcado pela sua traição... Essa história, a senhora encontra no livro de Voltaire – no Dicionário Filosófico, na parte das Leis! (945)

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