sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Página 47 do Livro: Histórias de Barth Júnior,etc

Narrador
Quando o coveiro deposita o caixão na cova, e começa a jogar terra por cima, as crianças choram.
Quíco
Dona Juliana, minha mãe vai para o céu?
Angélica
Claro que vai Quíco. Minha mãe dizia que as pessoas boas vão para o céu e as más vão para o inferno!
Juliana
Cada religião tem um jeito particular de tratar desse assunto, crianças!
Narrador
Algumas pessoas presentes no enterro comentavam:
Carlão
Como essa mulher tão bonita pode se preocupar com esses “negrinhos”...?
Silvina
Eu “vi ela” passando a mão naquele cabelo duro daquela “macaquinha”!
Juarez
Fala direito, analfabeta! Eu a vi – e não eu “vi ela”!
Silvina
Pára de me chamar atenção, seu desdentado!
Juarez
Que mulher maravilhosa, parece uma estrela de cinema de Hollywood!
Júlio César
Eu com essa mulher, não iria querer mais nada da vida!
Maria Resende
Tu não fica falando isso na minha frente não, seu pilantra! Eu te jogo agora “mermo” nessa cova!
Júlio César
Calma lá, eu só estava brincando... Você sabe que eu só tenho olhos para você, minha princesa!
Maria Resende
Agora “mermo” tu tava chorando a morte do Zé Miranda e agora fica de palhaçada, e?
Juliana
Parece que o nosso amigo jornalista nos deixou na mão. Vamos arranjar um táxi... Hum, pelo jeito por aqui será difícil arranjar um!
Rogério
Olá, minha rainha – quer uma carona?
Poliana
Acelera que já estamos atrasados para o trabalho, Rogério!
Evandro
Eu te levo para qualquer lugar!
Poliana
Como esses homens são bobos, eu hem!
Reuel
Oi, você é uma mulher encantadora!
Amarildon
Olha lá, “mona”, a mulher está parando o trânsito!!
Mário Waldecy
É mesmo!! Ai que inveja! Por que eu não nasci mulher, heim?
Amarildon
Se tu tivesses nascido mulher, de nada adiantaria – seria baranga do mesmo jeito, ah, ah, ah!                                                                 47

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